quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Outubro Rosa 2012 SC

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Há um sonho de vida
Em mim.
Que acontece em cores
Como asas de borboleta.
Muito Obrigado.
Então um dia você acorda amando...
Então um dia você acorda amando, assim do nada, ou seja, sem interesses manipuladores dos sentimentos, você acorda amando porque não tem  perguntas nem respostas , você simplesmente esqueceu o que foi o ontem e o amanha é só mais um desejo de continuar isto que você sente e que por não ter limites , nem perguntas, nem respostas, isto não tem final.
Enquanto você sente que as paredes palpitam num descabido e quase  insano sortilégio de mistérios , os espelhos não mostram o seu rosto como ele era antes e nas cartas de recomendação só encontra o endereço de quem se ama.
Enquanto você observa as notícias , escuta o vizinho gritar desde a janela de cima, sente que a chuva não vai parar tão cedo, que o custo da vida está pelas nuvens , tudo isso e mais um pouco não tem cabimento na sua vida, você está amando !
E agora? Eu que tinha resolvido tudo , você se diz, já estava quase me aposentando deste dever humano, desta sensação de abismo do bem, desta inconseqüência de sentidos e razões! Você já tinha se respondido todas as perguntas existenciais, com respostas fáceis e agora nem sequer tem coragem de arriscar alguma perguntinha por infantil que pareça, pois você está amando e de que valem os tratados comportamentais e todas a aulas de filosofia barata pagas nalgum boteco ou shopping  de moda, de que valem todas as chaves que você foi colecionando ao longo da sua trajetória como ser coerente com o que a sociedade pede de você, chaves do apartamento que ainda tem pra pagar, do carro, da garagem, da caixa postal, da senha do banco, da senha do celular, chaves e mais chaves, cadeados também , que você até já esqueceu o que guardavam com tanto cuidado , e você esqueceu até onde escondeu as chaves .
 Nada disso importa agora, você está amando e que se compliquem os donos do mundo com suas economias macro e suas micro verdades, que o papa passeie pelo vaticano cuidando do seu rebanho na praça São Pedro e que deixe à Deus fazer o que sempre soube fazer tão bem e você hoje é fruto desta possibilidade infinita.
Amar não é mistério, amar é coragem , coragem de aceitar que quando o amor bate na porta você só vai ter duas chances , abrir ou se manter escondido nas sombras trancafiado com todas as chaves forjadas no inferno da negação.
Porque um dia você acorda amando e observa que na cadeira há mais que algumas roupas  pessoais, que no banheiro alguém já deixou um perfume de vida, que na cozinha um café já está fervendo e na sala um livro espera aberto na pagina onde está a poesia que você tanto gosta.

Flavio Pettinichi – amando hoje – 30 de Junho de 2012

Bem antes das sombras eu já reconhecia as tuas luzes, antes das ruínas eu já andava nas trilhas dos teus sonhos.
Agora é teu destino o leito do meu rio, pedras e areias, algas de cores e sons onde sou o estalo da madeira num dia de ventos.
Porque eu reconheci teu riso dentre as toscas palavras dos medos e desnudei teu corpo num labirinto de insones espelhos onde a saudade era o reflexo do tempo.
Agora o meu destino é teu livro aberto, paginas de farta poesia e poemas incertos onde tu és o remanso das águas quando uma rosa espera em silêncio.

Flavio Pettinichi

sábado, 9 de junho de 2012

Amor, Verbo Subversivo

Antes do homem foi o caos, depois veio a consciência do caos e foi onde a história desandou.Antes do Homem o amor era matéria concreta,depois veio a explicação do amor e ai o assunto voltou a desandar.

Lembro-me de uma menina, empregada doméstica que morava na frente da minha casa, quando eu tinha apenas 15 anos. Era ela de uma beleza impar ou, ao menos, para mim era. Beleza de índia das geográficas latitudes do sul, beleza de ventos e frios que esticam a pele e os olhos, deixando só uma sensação de mistério milenar para quem observa com cuidado.

Eu a observava cada manhã, cada tarde, e cada fim de noite, seu passo rápido na parte da manhã, nos afazeres  diários da casa da frente; seu andar distante na hora da tarde, passando roupa na janela que abria desejos para minha pouca noção do desejo; seu corpo nu e lânguido  nas últimas horas da noite sempre coberto pela inocência infame de quem deve alguma coisa , e eu observava todos estes movimentos com meticulosa esperança de um dia chegar até lá.

Eu não sabia quem eram seus patrões, a casa era uma casa grande, mas não era uma mansão, o bairro era a fronteira entre a civilização oprimida da época e a vila militar e eu percebi, um dia, que esta casa estava dentro da vila, normal para um rapaz que só entendia a vida como uma urgência de vivências e prazerese não com os medos que assolavam a realidade.

O tempo foi passando e o desejo aumentando, algo dizia que o dela também, pois já não éramos desconhecidos um do outro, olhares que se encontram numa esquina, tirar o lixo pra rua na mesma hora, a coincidência de pegar o mesmo ônibus no seu único dia de folga e um toque imperceptível das nossas mãos na fila do mercado. Tudo isso tinha criado uma cumplicidade clandestina em que a contrassenha ainda teríamos que descobrir.

Uma noite eu vi um movimento diferente na casa, carros escuros e homens vestidos de acordo com a situação de escuridão movimentavam-se nervosos pelas ruas da vila,foram emborajunto com o dono da casa e a sua esposa, então aconteceu: a contrassenha foi uma janela aberta e um corpo iluminado apenas pela chama de uma vela vermelha.

Corri pela infinita rua que me separava da vila,corri sem guardar ar nos meus pulmões e voei até transpor a janela dos sonhos e desejos.Estava ali, nua de alma aberta, nua de todo medo, nua de toda infâmia e foi um resplendor o nosso beijo.

O fim da chama acordou os nossos sonhos e anunciava o nascimento de mais um dia na cidade da fúria, o nascimento de mais um dia na agonia da espera até a próxima janela aberta aos mistérios.

Assim foi durante um bom tempo e eu fui sabendo quem era patrão dela, dono da casa da vila militar, e eu fui lendo os jornais da cidade sitiada pelo espanto, e fui conhecendo os mortos que aos milhares iam se transformando em desaparecidos vivos nas memórias do que sofreme fui contando para ela, como quem conta um conto de fadas , ela escutava desde seus olhos de distância e me beijava a cada palavra que ainda não era clara.

Aconteceu um diade eu ler o jornal e ver um rosto ensanguentado estampado na manchete que dizia, “terrorista é morta em enfrentamento com as forças da ordem Pública” , achei normal a manchete ,”não somos unidos pelo amor , porém  pelo espanto”, diria J. Luis Borges.

Algo me pareceu familiar naquele rosto, mas estava tão desfigurado...só os olhos estavam claros, tão claros como os rios que baixam das montanhas do sul, tão claros como as extensões patagônicas , tão claros como o desejo de amar. Então vi o olhar de distâncias que tantas vezes eu tinha olhado até me perder na sua geografia carnal.

No outro dia li no jornal a manchete que dizia:“ explode casa da vila militar, não há sobreviventes.“

Flavio Pettinichi – 09- 06- 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Fotografia Digital e Texto: Flavio Pettinichi- 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

Fotografia e Texto - Flavio Pettinichi- 2012

terça-feira, 27 de março de 2012


fotografia e texto : Flavio Pettinichi 2012
Porque eram teu rios ,minhas lágrimas
e redemoinhos eram teu beijos
na ressurgências dos desejos
Na letargia da erótica derme
como espasmos de asas em voo cego
e galhos quebrados ao som das brisas
sem nada do que foi silêncio no ardor da oração
silenciando pagãos rituais que dormiram em ti
em lancinantes estágios do adeus ardendo
dentro de mim
calando palavras na densidade da noite
como facas de infame sorte querendo o corte
que na afundada matéria dentre as marinas rochas
descompõem-se em vida no liquido espaço
de molusca entranha esvaídas de momentos
outrora leves ,outrora cegos sem destinos férteis
onde as sequidades dos fluxos invadem-se
a si mesmos
regurgitando o espanto de misericordiosos salmos
de almas em lamas infectas de paixão
não havendo puberdade nem perdão
eis que calamos...
herméticos

FlavioPettinichi- 27- 03- 2012

quinta-feira, 15 de março de 2012



fotografia e texto ( conto) flavio Pettinichi - 2012

“O Muro do amor”-
Mini Conto de Flavio Pettinichi

Nos muros da minha rua estão escritos alguns nomes de alguns amores que talvez tenham sido algumas paixões de alguns incautos amantes nalguma instância de carência e agonias.
Eu fui decifrando cada um deles como quem faz uma autopsia de si mesmo, na carne liberta e sentindo a dor que implica separar os tecidos da alma e as veias abertas de abertas lembranças.
Foi então que descobri o mapa do medo e do amor, hieroglíficos de signos olvidados foram as minhas palavras e o silêncio foi tomando a voz destes mistérios.
Era Francisco quem amou Teresa , numa tarde de nubladas esperas e insanas palavras escondidas num paletó esquecido num antiquário de mistérios. Teresa não amou Francisco , nem sequer odiou, um pacto de sombras impedia ter estes sentimento , quase humanos, quase etéreos, e um dia ela saiu pela porta dos fundos da alegria e nunca mais voltou.
Eu descobri Teresa e vesti o paletó de Francisco numa esquina fria de Londres, ela não reconheceu meu canto , que era o canto mudo de Francisco e entramos os dois pela porta da frente de um cemitério escuro de desejos e nunca nos beijamos.
sai pela porta pela qual entrei e nunca mais voltei.
Assim continuei na leitura apócrifa deste muro de vida e cal , desentranhando sonhos e pesadelos sem voltar atrás.
Era Maria quem amava Antonio , homem de poucas histórias e corpóreas dúvidas, feridas abertas pelo passado e infecções de uma existência vã.
Maria uma mulher de palavra pouca e beijos de infernal sensibilidade , mulher de fartos seios e leite farta sem sementes germinadas.
Conheceram-se na estreites da infame miséria do homem e amaram-se escondidos de si mesmos.
Antonio abandonou Maria indo à procura da fé infantil de um Deus de moedas e nunca mais voltou , Maria derramou seu leite em rios de luxuria e nunca mais secou.
Em rabiscos , descobri Helena que odiou Marcelo e sempre desejou, helena de loiros cabelos, de sonhos impuros, da flor tatuada no sexo e do vazio voraz de amar sem se entregar.
Marcelo de patéticas esperança, da flor seca no sol,do sal queimando esperas e livros incendiados nos túmulos abertos das caridades sem amor.
Odiaram-se numa interminável espiral de mentiras, traições e desumanos desesperos, sem pecados nem penitencias, sem redenção e sem Deus vivo na sensação da dor e foi bom.
Encontrei os dois , tomados das mãos , numa ilha habitada de poetas cegos e mudas ninfas virgens , um paraíso onde só os castos e os puros tem o direito de permanecer.
Eu saí pela trilhados fundos e nunca mais voltei.

Flavio Pettinichi – 15 de março de 2012

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Acordar

Acordar , ver o sol entrar pela janela, ir pra praia.
Entender que cada dia é um compromisso com a vida.
A vida é tudo e o todo, todos somos nós e nós somos
Este espanto e esta alegria, poesia e desespero.
Se eu não refletir, questionar, agir e me entregar ao todo
Estarei morto antes das larvas chegarem.
Flavio Pettinichi- 25- 02-2012

Como escreveu Milan Kundera na obra “A Insustentável Leveza do Ser"
“Lentamente, a covardia vai se tornando um hábito.”

“ Eu sei que estou vivo quando chego ao ultimo degrau da escada...”


"fotografo: Flavio Pettinichi" Canal Itajuru" cabo Frio- Rio de janeiro- 2012
“ Eu sei que estou vivo quando chego ao ultimo degrau da escada...”
Estas palavras me foram ditas por um grande amigo (mestre) há alguns dias, claro que a gente ficou rindo disto, pois parecia algo filosófico e na realidade ele comentava que era verdade o fato se ir da área de baixo até o primeiro andar da casa dele , era só uma questão de saúde.
Eu vi nesta sentencia uma verdade que tenho que colocar em prática a cada dia em várias escadas do dia.
Subir até o ultimo degrau da minha tolerância e não cair na tentação da minha soberba, não é um trabalho fácil, quando eu sou atingido pela ignorância do outro.
Subir ,de novo, até o ultimo degrau do meu egoísmo e não cair na tentação de tirar do outro as suas idéias ou seu conceitos, para mim, errados.
Aceitar que cada ser humano escolhe a sua cruz e seu espinhos , seu martírios e o seu calvário é uma questão da minha fé perante a escada das crenças , sabendo que o ultimo degrau disto e o Deus como eu o aceito.
Subir a escada de mim mesmo, até o ultimo degrau das minhas contradições, erros, acertos, dores, alegrias , é não cair do ultimo degrau da minha impotência perante a aceitação disto que ainda está longe de ser que eu gostaria ser.
Apenas um SER humano.
Flavio Pettinichi – 26 – 02 - 2012

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

tudo continua ...

Existem momentos onde a partida é parte da chegada.
Momentos que de tão essenciais são eternos.
Há horizontes em mim....

Então um Dia (Hoje por exemplo) e olha em sua volta e vê ,de novo, que tudo está como antes.
A cama continua com um espaço sobrando, os livros que você nunca leu continuam no mesmo lugar, com alguma poeira, a roupa que você comprou para uma oportunidade especial já passou de moda e tudo continua igual.
Você olha pela janela e entende que o vizinho está feliz , ou faz de conta, porque está cantando aos berros alguma música cafona e você só escuta o seu silêncio atordoado de mesmices.Abre a porta da varanda, o vento ainda faz estragos e as folhas da arvore da rua continuam a invadir a tua área, tudo continua igual.
Preparar um café pode ser um grande acontecimento..ou pode ser uma grande frustração , decide ir na padaria, ao menos vai ver gente, ou seja a mesma gente, o mesmo caixa e o mesmo bêbado que está jogado embaixo da marquise e quase é patrimônio da humanidade ,tudo continua igual.
Volta para casa, vai ser bom perder o dia de trabalho hoje, talvez algo aconteça, não, melhor é ir ao trabalho se não de fato algo vai acontecer , perder o trabalho nesta idade é foda!
Vestir alguma roupa. Sempre as mesmas, pois roupa de trabalho não é importante. Que tal mudar a gravata? Não melhor vou mudar a cueca! Ninguém vai perceber , mas eu sei que fiz algo diferente ..ou seja você fez, pois pra mim tudo continuaria igual.
Estão todos com as mesmas caras, Caralho!! Todo o mesmo papo, a mesma conversinha mole de final de semana. jogos, churrascos, a gata(o) que transou na festa, alguém que morreu..e aquele filho da puta do Silveira que nunca vêm as segundas feiras e sobra pra quem ? Tudo continua igual .
Você não está com fome, alias você esta com fome de coisa diferente, lagosta, champignon, algum vinho branco gelado , algum suco exótico, mas a quentinha é a mesma , o sanduíche que preparou ontem não tem nada disso , como não pensei ontem? Como não pensou ontem não é?Tudo continua igual..esta filhadaputice tem que acabar...
Qual filhadaputice? : já se perguntou isso?
È muito trabalho e no final das contas hoje é segunda feira o dia vai ser bravo, ou não vai ser, vai depender de você , mudar é uma renuncia ao ego, continuar igual é ter a probabilidade do acerto , ou seja esse acerto no qual você e eu, ou seja nós, já estamos quase acostumados.o mesmo acerto do igual.
Tudo continua igual nunca pode ser sinal de crescimento , continuar igual é estado das pedras, das coisas inertes,do que não pulsa.
Eu Hoje não quero continuar igual e estou saindo de onde estiver e vou mandar muita coisa para a casa do caralho, muita coisa que mantenha o meu sossego, quero o desassosego para não ter que morrer de novo esta noite, esta noite vou dormir, não vou agonizar!
Então dá licença, Vai pra putaqueupariu tudo o que não me dá prazer nem espiritualidade !
A não gostou da palavrinha ?
Bom então continue igual....eu Não!
Flavio Pettinichi – 13- 02- 2012

sábado, 31 de dezembro de 2011


Fotoedição de : flaviopettinichi@gmail.com

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

dança teu nome em espumas...


Eu fumei os botes esta noite
Bebi cada lasca de madeira e horizontes
Devorei sonhos que não eram meus
E dormi ao som das cartas (de amor) mortas
As distâncias nunca foram primaveras
O passado afundou dentre sombras e lágrimas

Eu continuei fumando botes
E (agora)devorando lascas de madeiras podres já sem horizontes
Palavras em silêncio são poemas abortados
Silêncios sem palavras sãos adagas que perfuram medos
Não desisti das agonias das pedras nem das marés pasmas

A bebida do homem é o sangue da noite
Fumei meu ultimo bote de madeira podre
E no que foi horizonte dança teu nome
Em espumas...

Flavio Pettinichi – dezembro de 2011

Quanta dor é necessária para parir o amor?


Quanta dor é necessária para parir o amor?
Quantos passos levam ao destino das almas?
Ressuscitar as flores não acordará os jardins?
As sombras dançam na escuridão do silêncio?

Perguntas vãs, perguntas órfãs , perguntas
Só a certeza do meu ofegante pulmão grita
Só a incerteza do amanhã me é intima
E não sinto o medo das horas feridas de lapsos.

Querer guardar um rio num copo é quebrar o sonho
Querer o não querer é a utopia da liberdade
Querer semear distâncias é a insanidade do deserto
Querer-te é um tumulo sem cruz nem flores.

Então eu te mostro meu lado sujo de sangue e espinhos
Meu lado vil de ternuras oníricas e ambições de esperanças
Mostro-te o meu mais pueril ato infame de ser feliz
E fico a esperar que os navios sejam brumas no horizonte.

Flavio Pettinichi- 09- 12- 2011
Fotografia: Flavio Pettinichi- Modelo : A

Então fomos indo e vindo nas palavras


Então fomos indo e vindo nas palavras, nas incógnitas que faziam da nossa amizade algo mágico e infinito.
Estivemos em tempestades emocionais, dores de sentidos e sentimentos confusos .
O tempo passou e com ele passaram lágrimas, risos, esperas e distâncias que pareciam eternas.
Intermináveis horas de experiências mal resolvidas e pequenas conquistas foram o prato servido na mesa em noites insones.
Ruas de frutas, igrejas pecadoras, abraços apertados e algum beijo mal-roubado , tua mão soltando os pássaros da vida e o meu olhar
Amores que não vingaram , ódios que não germinaram, sonho que aconteceram e desejos que dormiram até o amanhecer da verdade.
Tudo era motivo de barulho e vertigem na insana mania de querer extrapolar o tempo que só tem tempo de si mesmo.
Hoje o silêncio e o fastio da raiva são a razão do vazio que germina numa geografia exaurida e inerte.
Talvez amanhã teu sorriso claro acorde e da janela do perdão volte a iluminar a vida!

Flavio Pettinichi- 27- dec. 2011

domingo, 16 de outubro de 2011



Fotografia : Flavio Pettinichi " ensaio das sombras "

E é tarde quando a tarde jaz crepuscular
Canto e lamento das sombras gemem em silêncio
São as tuas mãos que crispam os sonhos cegos
E é o meu agônico desejo quem não se reconhece

Na perenidade das palavras crescem dias neutros
E toda magia é um grito de espanto e pássaros tensos
Temos que desenterrar fantasmas e brincar nus no desespero
Perder o medo do momento que pareça eterno

É noite agora e este instante de penumbras calou mistérios
É noite antes e perante e já sinto o rugir do tormento
Recalcitrante ele vem ao meu encontro e bate sedento
Grita e desfalece quando a misericórdia da espera acontece.

Espero o dia ...

Flavio Pettinichi – 12- 10- 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011



Fotografia- Flavio Pettinichi- 2011

Não tenho saudades de ti
Tenho saudades do tempo absorto
Tenho saudades do espaço vazio deixado entre nós
Tenho saudades das magnólias que murcharam
Clandestinas.

Não tenho saudades de ti
Tenho saudades das raivas que não tivemos
Dos beijos escondidos nas sombras do espanto
E do poema que sangrou sozinho numa rua
Estreita.

Porque não te amar foi a inconsistência das horas
A fruta madura que apodrece na margem das cartas
Sem mandar.
Não te amar foi um presente de vasos quebrados
E a incógnita de Perséfone na hora da colheita

Amar nas trevas é um sortilégio de marinas serpentes.

Flavio Pettinichi – 14- 10- 2011

segunda-feira, 26 de setembro de 2011


foto: Flavio Pettinichi 2011


Não há silêncio na imensidão da poesia dormida
Não há aconchego no regaço da dor do poema mudo
Então a minha pedra voa e ecoa no descontrole da noite
E estilhaça toda impunidade que censure o grito da palavra.

Não há perdão nem redenção para os que esquecem a aurora
Não há indulto nem indulgencia para os que amputam os rios
Minha foice decapita estrondos de pesadelos escondidos nas almas
Pintando de vermelho o beijo demoníaco do espanto que ainda espera.

Quem de nós é livre do pecado absurdo de morrer sem voz?
Quem de nós quer pagar a penitência das pedras e as espumas?
Louvada seja o instante onde deitamos para parir o poema
Louvados sejam os poetas que não dormem desenhando a constelação
Dos sonhos!

Flavio Pettinichi – 25- 09- 2011
Sinto o suor da alcatéia e seu nauseabundo ofegar
Espasmos de medos e taciturnos pensamentos vis
Há no rastro da dúvida gotas de coagulada espera
E pegadas secas de um tempo em vão.

Sinto-os chamarem desde o porão da raiva branca
Com flores murchas apertadas nas suas garras de misericórdia
Lateja a noite o seu coração de feridas sombras
Dentre apócrifas escritas num livro em branco e sem perdão.

Clamam as bestas com salmos de renegados amores
Escondendo-se nas trevas de promessas sem destino.
E no espelho da alma ecoam imagens esvaídas de si
Porém nada detém a estridência da sua dor e desespero

Há um lago onde as feras afogam seus sonhos
E os cisnes deleitam-se com o canto das algas
Então todo silêncio murmura sua harmonia de luz
E nessa geografia fictícia o homem cala ...sorrindo.

Flavio Pettinichi – 26- 09- 2011



Fotografia manipulada, Flavio Pettinichi 2011

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Apenas




Fotografia Flavio Pettinichi - 2011




Apenas algum retalho de tempo escondido nas sombras
Apenas algumas vasilhas quebradas e uma flor morta
Apenas um silêncio engasgado na garganta da noite
Apenas um poema coagulando no espinho dorsal da rosa

E nós apenas esta imensidão de mistérios escuros
Nós este labirinto de sentimentos escusos sem sentidos
Apenas nós esta ferida aberta na fé sem êxodos ou preces
Nós apenas que desdenhamos as pétalas murchas das palavras

Porque a poesia é apenas uma caricia ensangüentada de ternura
Porque a poesia é apenas um barco sem leme nem gaivotas
Porque a poesia esfaqueia os tolos e condena os beijos mortos
Porque a poesia é apenas uma razão resguardada na loucura

Apenas...

Flavio Pettinichi – 21 de junho de 2011

sexta-feira, 10 de junho de 2011



Fotografia e Texto- Flavio Pettinichi - 2011

Desentranhas desde o útero a aurora
Da intermitência dos desejos és acorde
Torre de sons e partitura de caminhos
Estás na essencialidade de vida corpórea

Num tempo de germinar a música ,sonhas
Pulsas oinstante onde as aves trinam a dor
E onde as águas correm és mansidão
Silêncio do silêncio a tua cor e o teu suor

Desandar as palavras de toda sombra
Amamentar a raiz que teima secar sem sol
Dedilhar as cordas dos navios do medo
Sentir até onde a luz é matéria em som

Este é o sentido da poesia quando,calada, renasce.
Flavio Pettinichi- 10- 06- 2011



"há música na forma do teu silêncio."
Fotografia e tesxto : Flavio Pettinichi - 2011

segunda-feira, 16 de maio de 2011



largo São Bento, Cabo frio - RJ-Foto manipulada : Flavio Pettinichi

Correntes faíscam na noite do medo
Luzes que iluminam o pânico do vazio
Há um coagulo de nostalgias e veias abertas
E agonizam as marés dos dias perdidos

Quem acordou o corvo faminto da tua alma?
Quem atropelou o sinal que detinha a raiva dos peixes?
Esquartejadas misericórdias vagam no relento
E não existe o pecado quando Deus narcotiza a fé

Vomitam sonhos os que nunca dormem de cansaço
Cospem plenitudes as virgens grávidas de olvido
Supura a ferida do sobrevivente da gargalhada vazia
E um copo quebrado tem as marcas do fastio.

Já é tarde...
Flavio Pettinichi – 16- 05- 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011


Série " Musicalidade Corpórea"
fotografia e texto: flavio Pettinichi - 2011


Na ancestralidade de teutônicos movimentos
Há tempos de luz dentro do som corpóreo.
Uma borboleta de sonhos acorda o silêncio
Então , como num regozijo de ventos, sinto-me

Madeira, couro ,atabaque ,couromadeiraatabaque
Repetição de cantos, cantos e acalantos sem prantos
Madeira, couro ,atabaque ,couromadeiraatabaque
Descompassos e pegadas na areia de esquecidas marés

Nua a sonoridade invade o espaço do espanto
Nua é toda naturalidade do singular medo da poesia
Nua a alma é uma sinfonia de formas infinitas
Nuas são as palavras que despem o pudor da noite.

Flavio Pettinichi- 06- 05-2011

domingo, 1 de maio de 2011

Série " Música Corpórea"
Fotografia e texto: Flavio Pettinichi - 2010



Cordas e acordes leves que elevam o silêncio
Harmonizando o latejar no corpo que sente o espasmo
Não há medo nem liturgia quando o som acorda o espaço
E sem dogmas a partitura sanguínea toca o intimo do ser.

Num sem fim de notas os dedos estremecem a noite
Num sem fim de estrelas a noite toca o cosmos
Infinitas nuancem descobrem o que foi mistério
E despida de temores a derme murmura o compasso da vida

Deixa-se levar o tempo quando não há tempo de esperas
Deixa-se soltar a amarra quando o barco pede o vento
A música deixa livre as agonias enclausuradas nas sombras
E é a melodia do corpo quem canta quando dançamos a vida.

Flavio Pettinichi- 01- 05- 2011

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Música corpórea


Fotografia e texto: Flavio Pettinichi - 2011


Hoje te dou meu som e o meu pulsar
Sons de galopes e pegadas de cavalos selvagens
Sons que invadem a noite e derrubam medos
Sons ancestrais como a essência nua da alma

Hoje te dou as minhas cores e meu sentir
Cores que pintam as desertas ruas da solidão
Cores que , insanas, cobrem de luz teu corpo
Cores compostas de sonhos e ternuras

Hoje te dou meu corpo e o meu desejo
Corpo que estilhaça esperas e esquece a palavra
Corpo que desnuda a prece e desconhece o pecado
Corpo de fera e floresta de crepuscular imanência.

Flavio Pettinichi- 28- 04- 2011

terça-feira, 26 de abril de 2011


Música corpórea II
Texto e Fotografia: Flavio Pettinichi- 2011
Da série “ quatro estações” - INVERNO


Eu te abraço dentre espinhos e cacos de vidro
Dentro da putrefação da agonia, te abraço
E sinto em mim um silêncio de saudades
Como faca que, perfurando a noite,
sangra estrelas

Eu te abraço sem o meticuloso ato de parir poemas
Porque te abraçando não sinto a dor que não fere
Nem a teimosia inerente das pedras enfeitando o mar
Abraçando-te algo morre em mim é não é o pecado.

Eu te abraço na clemência e na tortura das palavras mudas
Mudas pedras que em nada mudam o destino do rio
E assim como um nascimento de cactos abraço a vida
Que nada me deixa a não ser a sensação da espera.

Agora deixo o meu corpo inerte como uma nota esquecida
Deixo-me arrastar dentre as sombras que não guardam medos
Deixo a volúpia da insana noite estuprar isto que foi essência
E é agora parte do éter na magnificência musical da vida.
Flavio Pettinichi- abril- 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Sou o desafinado violino de uma orquestra muda



fotografia e texto : flavio Pettinichi- 2011

Eu sou esta revolução que sangra das suas múltiplas feridas
Sou esta revolução que deságua no ralo do medo
Eu sou a mentira que grita agonizante e sem perdão
Sou todo o pecado que ainda não foi cometido

Sou a falta da vergonha e todo o corrupto ser
Sou o pau travando a roda e o cerol na línea do prazer
Sou quem te chuta na escuridão e foge às sombras
Sou a cuspida no teu prato e o lençol sujo na tua lágrima

Sou o perdão de Deus e o exílio da bondade no éden
Sou toda irreverência na hora do enterro e a prece
Sou a mão que rouba a esmola do cego e o faminto
Sou o espinho da única flor no deserto da caridade

Sou o desafinado violino de uma orquestra muda
Sou a pedra que mata o pássaro na brincadeira infantil
Sou a lama do descalço na noite das infames promessas
Sou o espelho quebrado que esconde o rosto do silêncio

Isto é, porque apenas sou...
Ser humano.

Flavio Pettinichi- 23- 04-2011

sábado, 9 de abril de 2011

música corpórea


Ensaio Fotográfico-
Foto e Texto : Flavio Pettinichi- 2011
“Música Corpórea - Nus vestidos de som”
Instrumento divino, a fêmea forma.

Existe uma sinfonia dentro do silêncio e o corpo feminino guarda os segredos de harmonia e compassos na partitura da sua forma.

Existe um sem fim de notas musicais mimetizadas no fruto que irá transcender da humana forma-mulher, que, numa explosão de sentidos, traz à tona a música vital.

Não há dissonância na essencial condição que possa atordoar o canto supremo da existência, quando a mulher entoa o salmo do amor e a entrega magna à ele.

Amor este, que canta e dança nos quatro pontos cardeais do homem, assegurando a eternidade do ritual da criação suprema que denominamos como Vida.

O instrumento como corpo e o corpo como instrumento, fazem um jogo conceitual da procura inata do ser, muito mais na mulher, quando pensamos nas características fundamentais dela.

Quem negará a fibra quase madeira da mulher na luta e na entrega?

Quem ofuscará o brilho do metal reluzente onde espelhamos nossos momentos?

Quem desatará as cordas que ela amarra e desamarra na instancia precisa dos momentos?
Quem nunca sentiu o sopro essencial dos seus pulmões preenchidos de ventos e brisas.

Quem dirá que nunca viu a mulher como um violoncelo, calmo, seguro, presente, na hora da tormenta?
Quem já não quis tocar a suavidade visceral das suas cordas intimas?

Que como Harpa, sempre ereta, expande o som da proteção e da ternura, ternura voraz que rege o destino de todos nós.

Quem não dançou no batuque do seu coração tribal, acolhendo o que é vida?

Quem já não guardou o desejo de uma mulher como se este fosse o ultimo violino Stradivarius na fase da terra?

Corpo de musical forma, forma corpórea do som, essência latejante da harmonia, enfim MULHER.

Flavio Pettinichi- abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

adaga poesia


Talvez seja riso, talvez inciso
Um recipiente vazio guarda mistérios.
E sem volúpias, uma borboleta morta
Adorna o estante do tempo escondido.

Quem desentranhará a nudez da tua alma?
O vácuo infinito do que nunca foi saudade
Quem terá a coragem de carregar o que não foi luz?
Há nos cegos uma corcunda de lágrimas secas.

Não adiantam palavras com presa
Nem atrasam os relógios de nuvens.
Sentir é um destino de desérticas razões
Feridas esperas agonizam numa plataforma
Vazia.
A poesia corrói o aço do humano inverno
Há chuvas nos dias de tristezas eloqüentes.
A poesia é uma adaga que fere sem morte
E sangra em cada instante que escolhe o silêncio.

Flavio Pettinichi – 31 de março de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011



"tchau Cinderela"- Flavio Pettinichi texto e Fotografia Digital-
sem Manipulação - Cannon Rebels- 2011

Elementares jogos de luzes e sombras
dançam dentre as cores de uma estepe insone
E teus pés, que habitam um espaço sem forma, calam
Vai teu manto rosa rasgado nas folhagens mortas
E nuas as palavras se escondem como liquens na crosta
Mamífera do teu sexo marino.
Tchau Cinderela !
Flavio Pettinichi- 01- 01- 11

domingo, 12 de dezembro de 2010


O que tem para mostrar a fotografia Contemporânea?

Série: Vestígios Urbanos : flavio Pettinichi - 2010

"paissagem Urbana" – Umidade sobre Parede- Cabo Frio- RJ. Brasil
Fotografia Digital – Canon EOS – Rebel XS- Tratamento de contraste no Corel Photopaint.flavio Pettinichi- 2010

Eu quero fotografar alem da imagem objetiva, quero captar uma imagem que desenhe sonhos e acorde perguntas (quase) sem respostas.

Eu quero captar o instante onde a matéria se mimetiza e descompõe no éter do tempo sem agulhas.

Não sei nada de técnica fotográfica e não quero saber, seria como deixar de respirar por alguns instantes e pensar quanto tempo de vida teria pela frente se os poupa-se.
Para mim a fotografia é pulsação e labirinto.

Flavio Pettinichi- 12 -12- 10

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


O que tem para mostrar a fotografia Contemporânea?

Série: Vestígios Urbanos : flavio Pettinichi - 2010

Fóssil –
Fotografia Digital – Canon EOS – Rebel XS- Tratamento de contraste no Corel Photopaint.

Harry Morey Callahan

Fotógrafo norte-americano nascido em 1912, em Detroit, nos EUA, e falecido a 15 Março de 1999, em Atlanta, também nos EUA.
Em 1934 estuda Engenharia Química, dedicando-se depois a Economia. Depois de concluir a educação obrigatória, vai trabalhar para a Chrysler Motor Parts Corporation. Em 1936 casa com Eleanor Knapp, que viria a servir de inspiração para muitos dos seus trabalhos. É também por esta altura que começa a desenvolver um grande interesse pela fotografia, principalmente devido ao contacto com o clube de fotografia no seu local de trabalho. Dois anos depois compra a sua primeira máquina fotográfica, uma Rolleicord 120. Depois de frequentar um workshop em Detroit, leccionado pelo fotógrafo paisagístico Ansel Adams, começa a praticar mais seriamente fotografia.
Callahan era essencialmente um autodidacta. Um marco decisivo na sua carreira foi a viagem a Nova Iorque, em 1945, em que contactou pessoalmente com muitos fotógrafos de prestígio, como Berenice Abbott, Minor White e Paul Strand.
No final dos anos quarenta, conhece László Moholy-Nagy, director do Instituto de Design de Chicago, inicia a sua longa amizade com Edward Steichen, director do Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Callahan acabaria por participar em diversas exposições no Museu de Arte Moderna durante os anos 40 e 50, dando assim a conhecer o seu trabalho ao público.
Em 1946, muda-se para Chicago, para leccionar no Instituto de Design. É durante esta época que produz as suas fotografias mais famosas. Callahan criara um estilo próprio, procurando expressar a sua vida e as suas observações através da fotografia. Não é, por isso, de surpreender que o que mais prevalece no trabalho de Callahan são os retratos da sua mulher Eleanor e da sua filha Barbara. São fotografias que apresentam, sobre diversos ângulos, Eleanor nas ruas de Chicago (Eleanor, Chicago, 1953) e em sua casa (Eleanor, Chicago, 1948), e Eleanor e Barbara no dia-a-dia.
Em 1961, deixa Chicago para assumir a presidência do Departamento de Fotografia do Instituto de Design de Rhode Island, cargo que desempenharia até 1973.
Callahan foi um professor influente e um exemplo para muitos alunos que mais tarde vieram a ser fotógrafos de renome, como Yasuhiro Ishimoto e Kenneth Josephson. As experiências e as inovações que introduziu influenciaram decisivamente o programa do Instituto de Design.
Na década de sessenta, as famosas séries de Callahan, com close ups de mulheres anónimas de Chicago a irem às compras, deram início a uma tendência fotográfica que procurava captar as pessoas comuns, celebrando a sua individualidade.
Apesar de Callahan ter experimentado o uso da cor no início da sua carreira, os seus trabalhos das décadas de cinquenta e sessenta são, na sua maioria, a preto e branco. Só voltaria a utilizar a cor em 1977, nos seus estudos paisagísticos e arquitecturais.
Callahan continuou com as suas explorações na fotografia durante toda a sua carreira, embora nos últimos anos de vida optasse por voltar a centrar-se nas paisagens e nas cenas de rua.
Os seus trabalhos foram publicados em revistas, como Life, Newsweek, New York Times, U.S. Camera, Aperture, e Harper's Bazaar, e expostos em inúmeros museus um pouco por todo o Mundo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010



Deixei me fisgar nas redes do teu amor
Agora as cores do teu sorriso pintam a tela dos meus dias.

FlavioPettinichi – 30- 11- 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010



fotografiaDigital- "Labirinto" Flavio Pettinichi -2010


Mergulho na constância abismal dos sentidos
E o porvir se espelha em olhares de cor e luz
Eu não desejo a possibilidade do racional e sim um labirinto de intermináveis "nuances" humanas.

Não há palavras que não me levem até o mar
Onde um bote soltou amarras do cais dos sonhos.
Este poema não é brisa nem maresia, é sim a exaustão das ondas e o grito das correntes que de longe gemem à intensidade do ser.

Arranquei as armaduras que oprimiam toda canção de extensa ternura.
Já nada é tão pecaminoso que a culpa de existir não tenha se redimido no céu escuro do poeta

Então que destino procuras nestas palavras desertas?
A estrofe finge sua razão de tempo na cronologia da caneta.
O verso mente em silêncio o salmo espúrio resgatado de um túmulo vazio.

Procura na lágrima, que nesta hora não cai, e encontraras a essência deste poema.

Flavio Pettinichi- 16- 11- 10

domingo, 31 de outubro de 2010




Uma brisa de sonhos invade hoje a paisagem
E o teu sorriso é a razão das cores e os sentidos

Quero a leveza que carregas como flores e espigas
Quero o teu manto dourado de paz cobrindo meu tempo.

Quando as marés escutaram teu canto calaram as espumas.
Quando a distância viu teu ser, renunciou a sua condição e te trouxe até minha geografia
Assim o teu amor é um mar de calmas onde meu navio de desejos puros quer navegar eternamente.

para Cris ,pessoa especial nos meus dias de trancendencia humana!!!!
Flavio Pettinichi- outubro30 de 2010

domingo, 24 de outubro de 2010


"destino de espuma"
Fotografias , montagem e texto : Flavio Pettinichi-2010

As sombras dissiparam-se sem lamentos
E no sutil jardim da tua alma germinam sementes de luz.

Quando as horas choraram espigas os campos cantaram estrelas em sol...maior
Então não tínhamos palavras escondidas e a vida era uma ciranda de sonhos.

Eu me lembro do teu riso como as gaivotas lembram-se das brisas, poeticamente necessárias.

Dá-me tua mão agora que a noite está desperta, abraça meu alento antes que as estrelas adormeçam, me beija e me leva.

Meu caminho está semeado de marés e
Teu destino é o meu lar de espuma.

Quero toda a tua oceânica ternura
Leva de mim o atlântico sentido de ser
Depois ,tudo será mar,tudo será amar...

Flavio Pettinichi- 24- 10- 04

quinta-feira, 21 de outubro de 2010


"violino de sonhos" Fotografia e Montagem: FlavioPettinichi -2010 - Modelo:N

Dormi escutando teu som de cordas e mar
E numa partitura de sonhos deixe-me ir
Não acordei essa noite , quis naufragar na tua correnteza
e nunca mais voltar.

Flavio Pettinichi- 22-10-2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010


" série "vestido Branco" Fotomontagem - Flavio Pettinichi- outubro 2010-

Intermináveis portas de um labirinto cego , assim o amor vai surgindo dentre os gritos da floresta dos sentidos do ser.
Quem terá a coragem de limitar a forma dos desejos e a alquimia que transforma o medo?
Porque se descobre a cada instante alguma pergunta pudicamente nua escondida na inocência
Então não vislumbramos cores de uma tela abstrata e toda música escapa espavorida dos sonhos
Diz-me agora, quando foi que esquecemos o jornal numa plataforma sem trens?

Em que momento uma folha seca de outono parou exausta de lutar contra o vento?

Quando foi que a última gota do suor do teu sexo afogou o mistério de Eros?

Sinto que não há horas marcadas por fagulhas de fogo e nem beijos tão eternos que não perdoem o pecado do tempo

Uma luz espera na orfandade da noite
Eu também espero...
Flavio Pettinichi- 18- 10- 10

sexta-feira, 15 de outubro de 2010


"Vestido Branco" Foto digital - Flavio Pettinichi- 2010

O que eu procuro é tão simples que não tem sequer peso ou forma
Algumas sombras coloridas nas tardes de primavera
A cadência da fruta madura escapando por cima do muro
Teu rosto escondido atrás do espelho do antiquário
Uma flor que murchou esperando a memória dos dias de nós.

O que eu procuro não tem nome nem data marcada
Guardar em mim o silêncio das pedras e sua ancestral matéria
A lágrima que não foi chorada e o beija-flor que não nasceu
A palavra ingênua que derrubou Golias quando o mito nascia

O que eu procuro não está nos dicionários nem nas multidões vazias
Eu quero a dor do espinho alimentado do meu sangue na hora de colher a rosa
O grito da culpa na sentencia do inocente sem causas
O brilho da guilhotina antes do espanto
O desalinhado despir do teu vestido branco sem prosa e sem rima
Só isso.
Flavio Pettinichi – 15- 10- 10

quarta-feira, 13 de outubro de 2010


" Erotismo Precoce"
(texto Poético conceitual para a Exposição fotográfica, em andamento, ”Erotismo Precoce”)


A voracidade dos infantes desejos
As sombras companheiras inseparáveis da luz
O pulso latejante que ecoa sem pausa em nós
Assim o erotismo sanguíneo corre em ti como um rio
sedento de vida

Despertarei um dia sem horas nem gritos
Andarei um dia sem caminhos nem atalhos
Meditarei sem deuses ou preces egoístas de mim
Assim o teu erotismo precoce será o instante onde as almas se reconhecem
no silêncio.

Agora quero só este olhar que se perde na geografia do desejo
Agora as minhas mãos só querem o tátil espanto da derme
Agora é teu ofegante poema quem reluz na intensidade da noite
E eu contemplo as tuas cores escondidas na inocência de um brinquedo.

Flavio Pettinichi-13- 10- 10

domingo, 10 de outubro de 2010




cancer de mamas e prevenção- auto exame

fotos da Mostra fotografica de Flavio Pettinichi "se toca cabo Frio" outubro 2010



Cancer de mama e prevenção

Flavio Pettinichi – Artista Plástico
Fotografia Digital Manipulada
Cabo Frio 08 de Outubro de 2010

Se toca no toque
No toque das águas e o clarão da espuma
Se toca no toque
No toque da noite e sua lua desnuda
Se toca no toque
No corpo pulsando e na ferida crua
Se toca no toque
Nas cores do tempo e nas flores colhidas
Se toca no toque
No céu infinito e na infinita ternura
Se toca no toque
Na mulher de nuvens de noite e de dia
Se toca no toque
Na essência fêmea que é a razão de toda vida.

domingo, 3 de outubro de 2010



"Lua da paixão" Foto digital manipulada-