
Ensaio Fotográfico-
Foto e Texto : Flavio Pettinichi- 2011
“Música Corpórea - Nus vestidos de som”
Instrumento divino, a fêmea forma.
Existe uma sinfonia dentro do silêncio e o corpo feminino guarda os segredos de harmonia e compassos na partitura da sua forma.
Existe um sem fim de notas musicais mimetizadas no fruto que irá transcender da humana forma-mulher, que, numa explosão de sentidos, traz à tona a música vital.
Não há dissonância na essencial condição que possa atordoar o canto supremo da existência, quando a mulher entoa o salmo do amor e a entrega magna à ele.
Amor este, que canta e dança nos quatro pontos cardeais do homem, assegurando a eternidade do ritual da criação suprema que denominamos como Vida.
O instrumento como corpo e o corpo como instrumento, fazem um jogo conceitual da procura inata do ser, muito mais na mulher, quando pensamos nas características fundamentais dela.
Quem negará a fibra quase madeira da mulher na luta e na entrega?
Quem ofuscará o brilho do metal reluzente onde espelhamos nossos momentos?
Quem desatará as cordas que ela amarra e desamarra na instancia precisa dos momentos?
Quem nunca sentiu o sopro essencial dos seus pulmões preenchidos de ventos e brisas.
Quem dirá que nunca viu a mulher como um violoncelo, calmo, seguro, presente, na hora da tormenta?
Quem já não quis tocar a suavidade visceral das suas cordas intimas?
Que como Harpa, sempre ereta, expande o som da proteção e da ternura, ternura voraz que rege o destino de todos nós.
Quem não dançou no batuque do seu coração tribal, acolhendo o que é vida?
Quem já não guardou o desejo de uma mulher como se este fosse o ultimo violino Stradivarius na fase da terra?
Corpo de musical forma, forma corpórea do som, essência latejante da harmonia, enfim MULHER.
Flavio Pettinichi- abril de 2011