terça-feira, 17 de agosto de 2010
Mimetizei-me dentre as ruas tênues dum inverno claro
Fui deixando medos dentre as pedras do passado
Uma flor num jardim se confunde com meu ser
Risos de crianças na calçada é o meu riso em ti
Vou recolhendo cantos que agora são teu ar de amar
E a poesia do dia traz um desígnio de espuma e sal
Estou mimetizado de tudo o que é plena paz
E quase transparente sou a brisa que te beija em sonhos
Mimetizo um céu que me pertence internamente
E um interior que carrega o cosmos da tua alma
Latejam em mim as gotas de chuva e os girassóis
Tatuam-se na minha pele as primaveras do teu corpo
Mimetizado de ti em mim não preciso de espelhos
Um pombo observa (o resto do cigarro) calado e mimetizado no asfalto pensa em ti.
Flavio Pettinichi – 17- 08- 10
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