sexta-feira, 25 de dezembro de 2009


http://www.youtube.com/watch?v=TU_RPjeJpFg&feature=related

Quando a tua nau partiu também partiram as minhas palavras
Desabaram montanhas e secaram os oceanos dos sonhos
E nós, como trigais abandonados, esperamos a força do sol
Áridos corpos foram amanhecendo no sertão das almas

Tentamos parir o poema na escura solidão da noite
Escolhemos a flor murcha para enfeitar o tumulo dos mistérios
Nós, que tivemos a espada e a rosa agonizamos em silêncio
E tudo passo é uma agulha enferrujada no mapa do tempo

Dormimos no relento do medo e acordamos tarde demais
Agora é tarde amor , agora nossas insinuações são pecados
Na igreja vazia o salmo do adeus ecoa nas escrituras esquecidas
E não soubemos decifrar o instante visceral onde a lágrima era casta

No horizonte algo se mexe sem destino
Eu ainda acredito no despertar
Eu sinto as marés
Elas voltam
Sempre.

Flavio Pettinichi
25- 12- 2009

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