terça-feira, 1 de dezembro de 2009


Ele voltou, como os ventos e as lembranças
Ela o esperava, como esperam as marés e as espumas
Cada segundo esperado foi um estrondo de semente germinando
A cada passo do retorno uma estrela brilhante e fugaz nascia

Nele, as roupas cansadas de batalhas não escondiam a sua luz
Ela vestida com a sua melhor brisa de verão tinha o sorriso nu
Sentiran-se sem perguntas nem mistérios cotidianos
Na mesa estavam o pão e o vinho como um tesouro eterno

A música das gaivotas da alma tocava no silêncio da sala
Os talheres acompanhavam o ritmo das ondas marinas
Toda arte era o coração batendo dentro dos amantes
Um beijo escapou das mãos na hora da sobremesa

Ele tinha se atrasado no trânsito alucinado da cidade
Ela tinha acabado de dormir as crianças e regar as flores
As janelas abriram-se em harmonia na hora do amor
Renovaram seu pacto essencial de vida

E nessa noite não sonharam, viveram.
Flavio Pettinichi 30- 11- 09

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