terça-feira, 29 de dezembro de 2009


Eu vi teu rosto no orvalho da pétala arrancada da noite
Eu vi teu corpo mimetizado na confluência das águas
Eu senti teu tempo no letargo das horas cansadas
Eu tomei teu espaço infinito e fiz um retrato essencial

Geográfica nuance tua forma sem falsos mistérios
Um desatino de profundidades e cosmos, teu sexo
Desgarros nas pedras gritam o teu grito esparzido
Agora ficam as manchas nas ruínas do visceral templo

Quem apagará a tinta eternizada no suor dos lençóis?
Que dirá que as manhãs não conhecem o lamento?
Numa encruzilhada de rios a fé desconhece o silêncio
Eu te encontro viva no imanente sentido das sombras

Um café derramado na cadeira vazia...
ainda te vejo.

Flavio Pettinichi- 29- 12- 2010

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