quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Quando a tarde sangra e a noite ainda esconde o beijo
Vou procurando o eclipse que desenhamos em nossas peles
Porta-retratos aparecem no lago que ainda espera nossa nau
Quando a tarde sangra e a noite ainda esconde o beijo

Pedras de um mesmo vulcão são como a escarpada espera
E meus pés em chagas desconhecem a ferida e a dor
Lembras?
Chorávamos sem motivos e a lua rugia quando o vento parava
Um destino de portas mal pintadas vislumbra tormentas

Abro as asas do meu silêncio e vôo ate as lembranças
Grito e acordo os cactos que espetam o murmúrio do mar
São tão poucas as estrelas quando recordo teus beijos
E tão pouca a madrugada quando sinto o passo do tempo

É noite agora e as pegadas já apagaram na areia
A espuma exilou o olvido como uma pena branca
Desenhos de nuvens e ondas de som acordam-me
A noite sempre foi a minha amante sem exaustão
Eu vou nela.
Flavio Pettinichi –06-11-09

Nenhum comentário: