domingo, 1 de novembro de 2009

Navegam em mim a nau e o vento da liberdade vital
Não há tormenta nem escuridão que atemorizem meu ser
Explosões de cores e texturas geográficas fazem meu caminho
Sou a luz e a sombra do meu desejo descabido de destinos

Tenho como norte a sutileza das nuvens e as conchas
Tenho como certo tudo aquilo que é efêmero e mistério
Tenho como idioma o murmúrio da noite e a brisa marina
Tenho como forma o rocha e a espuma rebelde dos oceanos

Nunca desejei uma eternidade que não seja momentânea
Rasguei todos os mapas que me levassem ao tesouro certo
Comi e bebi com os que nada tinham a não ser as esperanças
Fui pedra e limo, trigal e foice, escudo e ferida e ainda tempo

Sou intransigente como as flores na hora da primavera
Sou irredutível como a chuva na hora da semente
Sou o silêncio da ternura quando a noite abre em estrelas
Sou o cheio do vazio quando a solidão espreita os sonhos

O poema está em mim parindo o raiar da vida.

Flavio Pettinichi- 01-11-09

Nenhum comentário: