quarta-feira, 3 de março de 2010


Da série Light Painting- “ Aranha Cósmika”
Fotografia digital – Canon – Power shot A 560 -Flavio Pettinichi- 2010


Quis cortar o pulso da noite para que não agonize no dia
Quis deter o curso suicida do rio que deságua no mar
Quis que de toda pedra a dureza fosse apenas tempo
Quis uma hemorragia de algas sangrando nos peixes

A noite me acordou espavorida de estrelas e constelações
O rio devorou o minério que se escondia no leito de areia
A dura pedra geme a sua lágrima e rasga as horas do inverno
Um peixe de sal rega as almas de um jardim de sombras

Escrevo com as tintas das algas algo que fale do sal da noite
As lágrimas secam congeladas no leito de um mar de sombras
Pulsam as almas na lama do leito vazio do rio
Há um suicídio no inverno quando não há mais gemidos.

Flavio Pettinichi- 02- 03- 2010

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