quarta-feira, 17 de março de 2010


Sinto na aspereza da estrada cega o desgarro da palavra inocente
Antes da noite inerte cobrir a luz do homem eu era flor e canção
Antes do grito das águas eu era um angel sem asas e flutuava em ti
Agora a solidão é um mapa no qual eu estou aprendendo a ler

Já acordei em maremotos e trilhos de uma velha estação
Já devorei ventos e vomitei a mais bela poesia no inferno do ser
Nada foi tão devastador como o vazio de um livro sem a última página
Nada foi tão cruel como teus lábios exilando o beijo fugitivo

O abraço do frio aperta o que ficou corpóreo em mim e me afoga
Sôfrego o meu destino de arte e tão rude como uma rua sem saída
A ofegante respiração do mar pede o meu auxilio de sal e horizonte
Preso da minha ilusão, sou navegante a procura da estrela num mar cósmico

Perdi a bússola , agora tudo é liberdade...
Flavio Pettinichi – 15 – 03- 2010

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