terça-feira, 23 de março de 2010


Texturemas transcendentais
FotoArte: flaviopettinichi - 2010


Gosto da suculência das palavras
Engordando o esquelético vazio do silêncio.
Amo a ríspida dureza dos verbos a destempo
Arranhando as intestinas paredes do momento.

Sou defensor do verso trunco e a estrofe amputada
Aceito o destemido punhal do acaso quando acaba a rima.
Sim, não me venham com matemáticas dos sentidos verbais
Uma vírgula pode ser o impasse entre um soco ou um chute.

Escrevo como um ato suicida e insano como um coelho na alcatéia
Morre-se antes ou depois da próxima sentência, mas, sempre se morre
Sou irmão de sangue dos adjetivos em desuso e dos qualificativos infames
Desconheço a gramática que acorde as tormentas, prefiro as janelas.

Gosto da suculência das palavras ...
Flavio Pettinichi- 23 – 03-2010

Nenhum comentário: