domingo, 21 de março de 2010


Não é minha voz a que grita e desgarra as palavras
E sim uma interminável agonia de esperas
Não é a minha violência a que dá o soco nas trevas da alma
É sim uma tempestade que não perdoa as magnólias inertes
Não é meu sangue, humanamente pouco, quem coagula instantes
É sim uma infinita via láctea de estrelas agonizantes antes do dia
Não é minha visão a que alarga o horizonte dos impuros ímpios
É sim a profundidade das marinas rochas a que enterra as algas da fé
Não é a minha palavra a que adormece numa rua sedenta de absinto
É sim a insignificância das sombras a que atinge o alvo dos niilistas.

Flavio Pettinichi – 21- 03- 2010 – outono já

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