skip to main | skip to sidebar
artenasveias

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quem alguma vez não desejou o murmúrio das águas para si mesmo?
Quem, na desgovernada solidão da noite, não desejou o silêncio do universo?
Quem, num dia de caos, não desejou se afogar em pétalas roubadas do tempo?
Quem, não desejou, impávido, que o vento banisse os pecados e os elementos?

Eu sinto agora o meu egoísmo como uma adaga que fere a noite e canta
Um absoluto egoísmo que toma as rédeas do corcel alucinado do destino
Quero para mim uma cadeira abandonada no deserto dos infames
E um livro de páginas em branco onde eu encontre o meu abafado grito

Eu desejo que a tormenta rasgue meu manto de espúria humanidade
Eu quero um abismo de verdades incompreendidas e falsos mistérios
Eu desejo dentro do o meu eu intimo o eu que foge do insano e do incêndio
Eu desejo estar na hora que a semente atordoa o solo e germina meu espelho

Quem não desejou trancar as portas das palavras e dos verbos?
Ficar nas reticências, comer as vírgulas e esquecer os adjetivos?
Eu quero um poema que, fetal, me mostre o sorriso e o pranto da fome
Eu quero apagar cada sentença e cada verso que não seja o vital desejo.

Flavio Pettinichi- 2009-08-26

Postado por flaviopettinichiarte às 17:41

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
Assinar: Postar comentários (Atom)

Seguidores

Arquivo do blog

  • ►  2012 (13)
    • ►  setembro (1)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (1)
    • ►  maio (2)
    • ►  março (2)
    • ►  fevereiro (5)
  • ►  2011 (21)
    • ►  dezembro (4)
    • ►  outubro (2)
    • ►  setembro (2)
    • ►  junho (3)
    • ►  maio (4)
    • ►  abril (5)
    • ►  janeiro (1)
  • ►  2010 (80)
    • ►  dezembro (2)
    • ►  novembro (2)
    • ►  outubro (12)
    • ►  setembro (6)
    • ►  agosto (14)
    • ►  julho (2)
    • ►  junho (5)
    • ►  maio (6)
    • ►  abril (3)
    • ►  março (9)
    • ►  fevereiro (9)
    • ►  janeiro (10)
  • ▼  2009 (104)
    • ►  dezembro (11)
    • ►  novembro (11)
    • ►  outubro (11)
    • ►  setembro (7)
    • ▼  agosto (11)
      • "arquitetura ecologica" Flavio Pettinici- 2009Eu e...
      • Nas favelas,Quando a noite chega caladaA escuridão...
      • Coisas que passam desapercebidas e que são vitais:...
      • Quem alguma vez não desejou o murmúrio das águas p...
      • Aprendi da rebeldia o sentido das marés e o silênc...
      • Sem título
      • edição Digital de um Detalhe do meu quarto!!!Dizem...
      • "Detalhes" Aonde vão as pétalas arrancadas, quando...
      • NósDas espumas que batem na rocha, escuto o canto...
      • da série Sensualidade Clandestina- Flavio Pettinic...
      • Sensualidade ClandestinaHá uma sensualidade escon...
    • ►  julho (9)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (2)
    • ►  abril (8)
    • ►  março (26)
    • ►  janeiro (2)
  • ►  2008 (5)
    • ►  outubro (5)
  • ►  2007 (3)
    • ►  agosto (3)