sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Nós

Das espumas que batem na rocha, escuto o canto do adeus
Das pegadas deixadas na areia, decifro teu nome de paz
Uma gaivota pousa na imensidão horizontal do teu corpo
Então espero em vão as palavras que despem os pecados

Sempre quis saber qual é a eternidade escondida em ti?
Qual dos mapas feitos de sangue me leva até teu sal?
Agora quando eu não sou mais que vento, nem secas folhas cairam
E no deserto, folhas de um poema queimam na areia

Quem falou que a saudade é um don dos que amam na distância?
Se a distância coagula na infinita noite!
Quem recriou a canção que tínhamos esquecido como um pacto?
Se as vozes do passado, tem a intensa cor das tormentas!

Do limo cicatrizado nas algas, faço meu leito e te espero
Dos sons abafados das medusas, aprofundo meu plexo em ti
Uma taça de vinho seca de tanto abismo na sua essência
Então procuro num ritual de pedras a sombra do que fomos nós.
Nós que fizemos um no e ninguém desatou.

Foto e fragmento Poético :Flavio Pettinichi- 2009
Foto cais de Cabo Frio – Canal do Itaujuru- ano 2009.Câmera Cânon Power shot.560- Modo automático

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