segunda-feira, 17 de agosto de 2009

"Detalhes"
Aonde vão as pétalas arrancadas, quando de ti foge o perfume?
Aonde vai o vazio do quarto quando tua nudez invade o espaço?
Que acontece quando o grito da noite cala no teu infinito olhar?
Cadê as cinzas das cartas de amor que incendiaram minha pele?

Quero sentir a brutalidade do teu ar inundando meus pulmões
Quero a ressecada matéria nos meus lábios esquecidos de lagrimas
Ensina-me tua intransigência voraz na hora do beijo carente de luas
Dá-me tua fumaça roubada do meu cigarro queimando o resto do gozo

Porque olvidamos uma cama insepulta no sementeiro e não colhemos flores
Derramamos palavras cruas no fervente instante insano do adeus
Aceitamos uma sentença cega de justiças que nos condena à saudade
E na cela das nostalgias um pombo ensaia o destino de Ícaro

Então Pergunto; sentirá a pedra imemorial a dor do limo que seca ao sol?
Terá urgência a sombra que esfria o tesão geográfico da terra?
Não quero uma resposta de verborrágicos sentimentos e vãs juras de fé
Quero a tua essência exposta e dilacerada como um banquete de lobos.

Flavio Pettinichi- 16 de agosto de 2009

Nenhum comentário: