sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Vestiram-se de noite e o perfume da vida invadia o ar, quem diria que essa imensidão de ternura acabaria em alguma fronteira alem dos mares da paixão?
Cada um deles escolheu um presente como ultima prova de entrega e coragem, não perceberam que no campo de batalha o único que se recebe ou se dá e a intermitência de uma anunciada renuncia e um vazio imperfeito de mistérios. Agora já era tarde e o orvalho lacrimejava seu destino antes de um amanhecer cinzento de esperanças.
Percorreram o mesmo caminho que os tinha unido e como num estado de rumores desataram os trovões que estiveram escondidos antes que a tormenta da paixão e o medo se escondessem atrás do poema parido em poucas palavras e um lençol de relva.
Fitaram o horizonte com a mesma entrega dos cegos, suas mãos já não suavam e com um beijo calmo como a lagoa dos sonhos voltaram cantando, o chá já estaria pronto e pela janela ainda entrava uma leve brisa de saudades.
Flavio Pettinichi- 05- 02- 10

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