domingo, 7 de fevereiro de 2010


http://www.youtube.com/watch?v=4kREf_oDsxw&NR=1




Era final de tarde e uma música agitada escapava pela janela da rua sonolenta, uma borboleta fora de época procurava uma flor sem nome e no céu nenhuma nuvem para formar dragões. Toda tristeza estava exilada nesse momento que agonizava sem dor, alguns pés foram acompanhando o ritmo que agora alem da janela, também escapava de alguma alma desprevenida do letargo e invadia o silêncio com um sorriso aberto como um parto.
Aos poucos outros pés despidos de pudores e nus de toda vergonha transformavam a geografia em um cosmos musical onde cada estrela nascia dos olhares lagrimejantes de alegria e as formas, que desvaneciam em sombras multicolores, iam tomando corpo na pista de dança improvisada pela multidão que já não carregava insônias.
O primeiro a acompanhar a melodia misteriosa perguntou ao segundo se sabia onde estavam os pássaros azuis da alma, o segundo respondeu que nem sempre os mares definem o traçado do destino, o terceiro escutando a indagação pensou para sim que toda pétala seca era uma entrega essencial ensinada aos besouros, assim foram se perguntando , um a um e respondendo ate que na imensidão do cosmos toda constelação foi a luz que iluminaria o regresso para a casa de cada um deles .
Então a musica que vinha da janela foi dormindo em si mesma e acordando no interior da multidão que ria sem liturgias e foram felizes para sempre.
Fim.
Flavio Pettinichi- 07- 02- 2010

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