quarta-feira, 28 de outubro de 2009


Na espera da sutil sombra dos momentos sou a espreita
Das folhas que nascem de mim colho a luz renegada
Há uma porta sempre entre aberta na crepuscular lágrima
Um chão de caminho cansado ainda espera os meus passos

Dirão que não fui a suficiência das águas-vivas
Dirão que o meu livro esteve exilado do teu estante
Dirão que o poema da tua pele suava saudades mortas
Dirão que o meu desejo sempre foi infinito e casto

Que sentirão na hemorragia do dia sem mistérios?
Que farão quando os espinhos sangrem as metáforas?
Quem vestira as vestes da paixão na tarde nua de mim?
Quem escapará do incêndio da razão e do medo e ainda assim cantará?

Observo-te em silêncio quando as cores dormem
Estático meus movimentos congelam o poema da tarde
Como uma felina imagem meu olhar te busca
Já é hora da partida aonde as marés vão sem destino certo

A poesia renasce e eu te espero.
Flavio Pettinichi-27-10-09

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