Algo de mim recria o que foi o dia
Algo de mim adormece as sombras
Um claro espanto de taciturna espera
Uma tênue ruptura entre ser e estar
Quase verbo o som das lembranças
Absoluta inconseqüência o destino
Nada me atrai além do sutil horizonte
Arregaçado contra o vento, voa meu silêncio
Nada acorda a sonolência das ondas
Todo é estrondo no instante do medo
Caminhos e subterfúgios fogem de mim
Sem sentidos colho metáforas etéreas
Um passado incandescente incendeia sonhos
Como a tormenta que antecede a calmaria
Sou o paradoxo da palavra emudecida
Sou toda matéria que viva espera o recomeço
Não há morte na vida do sagrado poema
Toda flor e sempre indescritível primavera
Não há espaço no cosmos da poesia incerta
Todo átomo é sutil leveza da estrofe e da letra.
Flavio Pettinichi
21 de julho de 2008 -Foto do autor : outubro 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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