segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Sinto o suor da alcatéia e seu nauseabundo ofegar
Espasmos de medos e taciturnos pensamentos vis
Há no rastro da dúvida gotas de coagulada espera
E pegadas secas de um tempo em vão.

Sinto-os chamarem desde o porão da raiva branca
Com flores murchas apertadas nas suas garras de misericórdia
Lateja a noite o seu coração de feridas sombras
Dentre apócrifas escritas num livro em branco e sem perdão.

Clamam as bestas com salmos de renegados amores
Escondendo-se nas trevas de promessas sem destino.
E no espelho da alma ecoam imagens esvaídas de si
Porém nada detém a estridência da sua dor e desespero

Há um lago onde as feras afogam seus sonhos
E os cisnes deleitam-se com o canto das algas
Então todo silêncio murmura sua harmonia de luz
E nessa geografia fictícia o homem cala ...sorrindo.

Flavio Pettinichi – 26- 09- 2011



Fotografia manipulada, Flavio Pettinichi 2011

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